Como trabalhar a inteligência emocional do seu filho?
A importância de estimular a inteligência emocional dos nossos filhos

É sabido que as crianças, especialmente nos primeiros anos de vida, são naturalmente autocentradas e até certo ponto egoístas quando o assunto é atenção dos familiares e pessoas próximas, porém ensinar como lidar com frustações, sentimentos e diferenças é uma demanda que deve ser acompanhada de perto por pais e educadores e é por isso que entender como trabalhar a inteligência emocional do seu filho é algo tão importante.

O que é inteligência emocional?

De maneira simples, podemos definir a inteligência emocional como a habilidade da criança (e também do adulto) reconhecer e lidar de forma saudável com suas emoções, além de desenvolver empatia pelos sentimentos das pessoas ao seu redor.

Trata-se de dar à pessoa as ferramentas para aprender a conviver em um mundo cada vez mais complexo, competitivo e conectado, de forma a saber se expressar de acordo com cada situação vivida.

Para se ter uma ideia de como a inteligência emocional se tornou algo tão importante, estudos apontam que a depressão, por exemplo, já atinge entre 0,2% e 7,5% das crianças brasileiras com menos de 14 anos. Além disso, uma pesquisa divulgada pela Universidade de Harvard, no Estados Unidos, mostrou que do ponto de vista emocional esta é a geração mais insegura de todos os tempos.  

Como ajudar seu filho a identificar suas emoções?

O desenvolvimento das competências socioemocionais nas crianças passa pela capacidade dos pequenos conseguirem externar suas emoções ao invés de guarda tudo para si. Para isso incentivar seu filho, desde os primeiros anos de vida, a falar sobre seus sentimentos – sejam eles negativos ou positivos –, é parte fundamental do processo.

Vale lembrar que é natural do ser humano criar certos bloqueios e até aversão aos sentimentos negativos, mas é essencial que as crianças entendam que eles também fazem parte da vida de todas as pessoas, inclusive dos papais e das mamães.

Estimule a autonomia as crianças

Trabalhar a autoestima, a empatia e a autonomia das crianças também faz parte do processo de desenvolvimento da sua inteligência emocional e, nesse ponto, a escola se torna uma grande aliada dos pais.

É no ambiente escolar que as crianças têm contato com outras figuras fora do seu círculo familiar e é lá também que elas começam a aprender a conviver em comunidade, lidando com regras, aprendendo a compartilhar e entendendo que nem sempre tudo será do jeito que elas querem.

Para isso, contar com uma instituição de ensino que esteja preparada para apresentar essas situações de forma a acolher os sentimentos da criança é fundamental para que esse processo de aprendizado das competências socioemocionais se consolide de forma natural.

Brincar é a melhor maneira de lidar com sentimentos

É no momento de diversão que a criança começa a lidar com o inesperado. Em atividades artísticas ou esportivas, especialmente aquelas em grupo, as crianças aprendem sobre resiliência, fortalecem vínculos afetivos, criam senso de competência e pertencimento e mostram angústias e anseios que incomodam, mas que ele ou ela não sabe ainda como expressar. Por isso, brincar com outras crianças, como na escolinha, por exemplo, é parte fundamental no processo de desenvolvimento da sua inteligência emocional.

Por fim, estudos mostram que a primeira fase de desenvolvimento socioemocional se dá nos primeiros sete anos de vida e, como vimos, a inteligência emocional nos pequenos não é algo que surge naturalmente, pelo contrário, ela se desenvolve aos poucos e precisa ser estimulada através do exemplo do pais e do trabalho pedagógico da escola.

Contudo, apesar de ser difícil para a família fugir do círculo de superproteção que envolve nossos filhos, hoje em dia o papel dos pais deixou de ser apenas aquele de formar um filho feliz e passou também a ser o de criar uma pessoa preparada para saber lidar com as alegrias, perdas e angústias que estão por vir.

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